1. O quinto beatle
Pete
Best foi o primeiro baterista dos Beatles. Foi convidado para entrar na
banda, em 1960, um dia antes de Paul, George e John embarcarem para uma
turnê na Alemanha. Eles passaram os anos seguintes tocando em bares de
Hamburgo, mas seu salto para a fama só veio em 1962 – quando George
Martin, dono do estúdio Abbey Road, ofereceu um contrato à banda. Com um
porém: ele gostaria de usar outro baterista para a gravação. No dia 16
de agosto de 1962, Pete Best foi demitido por telefone pelo empresário
dos Beatles e substituído por Ringo Starr. Um mês depois, os Beatles
finalmente estouraram com a música Love Me Do. Best, que hoje tem 70 anos, passou a vida trabalhando como servidor público em Liverpool – e lançou um disco em 2008.
2. Os verdadeiros McDonald’s
Os
irmãos Dick e Mac McDonald criaram o conceito de fast food e abriram
sua primeira lanchonete em 1941, na Califórnia. A ideia fez um sucesso
moderado até que, na década de 1950, outra pessoa teve uma ideia. Ray
Kroc, que vendia máquinas de milshake para os irmãos McDonald, propôs
que eles abrissem franquias pelos euA. em 1958, já eram 34 restaurantes,
e mais 68 foram abertos só em 1959. Mas aí, em 1961, os irmãos
resolveram vender sua parte no negócio para Kroc – que pagou o
equivalente a us$ 19 milhões em valores de hoje. um belo dinheiro, com
certeza. Mas um péssimo negócio. A rede se transformou numa
multinacional gigantesca, com mais de 33 mil lanchonetes espalhadas por
119 países e faturamento de US$ 24 bilhões por ano. e os irmãos McDonald
viram outra pessoa ficar multibilionária explorando a ideia e o nome
deles. Mac morreu em 1971, e Dick, em 1998.
3. Ele não quis ser dono do Facebook
Joe
Green dividia um quarto na Universidade Harvard com ninguém menos do
que Mark Zuckerberg. Eles eram muito amigos e já tinham tocado um
projeto juntos – a criação de um site em que os estudantes podiam dar
nota para a aparência dos colegas. Para obter as fotos dos estudantes,
Green e Zuckerberg tiveram de invadir computadores da universidade. Eles
foram pegos e quase acabaram expulsos de Harvard. Por isso, Green ficou receoso em entrar na nova aventura do colega: uma rede social chamada The Facebook.
Ele preferiu focar nos estudos para terminar a faculdade e recusou a
proposta de Zuck – que ofereceu ações do site em troca de participação
no projeto. A decisão custou (muito) caro. O valor de mercado do Facebook,
que recentemente anunciou a abertura do seu capital, é de US$ 100
bilhões. Isso significa que, ao recusar as ações, Green deixou de ganhar
cerca de US$ 400 milhões. Não ficou rico, mas fez uma coisa boa: depois
de se formar, foi para São Francisco e criou o site Causes, um serviço
de doações online que já arrecadou US$ 47 milhões para 50 mil
instituições de caridade.
4. O suposto pai da aspirina
Arthur
eichengrün, químico que trabalhava para a Bayer, criou a aspirina em
1896. em 1934, com o avanço da ideologia nazista, ele foi excluído da
história devido a sua origem judaica, e a versão oficial dos fatos
passou a atribuir a descoberta ao cientista ariano Felix Hoffman.
Eichengrün passou a vida contando essa história – até morrer, em 1948,
três anos após o fim da segunda Guerra, sem ser reconhecido. Em 1999, um
historiador britânico reexaminou o caso e disse ter encontrado provas
que sustentam a versão dele. Mas, até hoje, a Bayer atribui a invenção a
Hoffman.
5. O Guns do Guns n’ Roses
Em
1983 o guitarrista americano Tracy Ulrich, mais conhecido como Tracii
Guns, montou a banda L.A. Guns com o vocalista Axl Rose. Logo depois,
Axl acabou deixando o grupo para montar outra banda, a Hollywood Rose.
Dois anos mais tarde, ele e Tracii decidiram se juntar e formar um novo
grupo: o Guns n’ Roses, que combinava o nome dos dois. Mas não durou
muito, pois Tracii tinha o mau hábito de faltar aos ensaios. No mesmo
ano da fundação do Guns, 1985, ele foi expulso. Em seu lugar, entrou um
tal de Slash (Saul Hudson). A banda manteve o nome Guns n’ Roses e dois
anos depois lançou seu primeiro álbum: Appetite for Destruction. Esse disco tem as clássicas Welcome to The Jungle e Sweet Child O’Mine
e vendeu 28 milhões de cópias, deixando Axl e seus colegas milionários –
exceto Tracii, que voltou para a L.A. Guns, onde está até hoje.
6. Inventou o Google, mas não levou
Em
1997, Hubert Chang conheceu Larry Page e Sergey Brin, os criadores do
Google. Os três estudavam na Universidade Stanford foram apresentados
por um professor e começaram a tocar um projeto juntos – o PageRank,
sistema de classificação de sites que é a base tecnológica do Google.
Alguns meses depois, Page e Brin perguntaram a Chang se ele queria que
seu nome fosse incluído no projeto, que seria apresentado em uma
conferência. E Chang disse não. Foi uma decisão incrivelmente burra, mas
que na época não parecia: ele precisava terminar seu doutorado e não
teria tempo para se comprometer com o projeto, no qual não acreditava
muito. Chang continuou na universidade, onde concluiu seus estudos em
2003. Quando o Google já havia se transformado em superpotência, em
2007, ele finalmente veio a público reinvindicar a coautoria. Não deu em
nada. Page e Brin negaram solenemente que Chang tenha participado.
“Além da minha palavra, só tenho como prova os emails que troquei com o
professor que me apresentou a Page e Brin. Infelizmente, o professor
faleceu. O meu reconhecimento nunca virá”, admite Chang. Ele se mudou
para Hong Kong, onde trabalha para empresas de tecnologia.
7. A um passo de Hollywood
Em
1966, Burt Ward era um ator de sucesso: ele fazia o papel de Robin na
série Batman, bastante popular na TV americana. Em 1967, foi convidado
para representar o personagem Benjamin Braddock no filme A Primeira Noite de um Homem.
Ward preferiu ficar apenas como Robin. Foi uma aposta errada: a série
parou de ser produzida em 1968. E aquele papel no cinema, que Ward tinha
recusado, foi para um rapaz chamado Dustin Hoffman – que deu um show,
foi indicado ao Oscar de melhor ator e se tornou um dos maiores astros
de Hollywood. Ward fez mais de 30 filmes, mas só produções de baixo
orçamento.
8. Pediu para sair da Apple
Ao
lado de Steve Jobs e Steve Wozniak, Ronald Wayne fundou a Apple em
1976. Ele desenhou o primeiro logo da empresa e escreveu o manual de seu
primeiro computador. Mas, duas semanas depois, se arrependeu – e vendeu
sua parte por US$ 800 (equivalente a US$ 3 000 em valores de hoje).
Wayne tinha ido à falência com outra empresa, 5 anos antes, e ficou com
medo de que isso acontecesse de novo. Jobs e Wozniak chegaram a ir atrás
do sócio e insistiram para que ele voltasse, mas não adiantou. A Apple
se transformou na maior empresa do mundo, com US$ 428 bilhões de valor
de mercado. Wayne? Fez carreira na Atari e em outras companhias de
tecnologia e chegou a patentear várias ideias de gadget, mas nunca teve
dinheiro para transformá-las em produtos de verdade. Hoje, dedica-se a
comprar e vender selos e moedas raras.
9. Quase um popstar
Em
1982, Claudio Tognolli estudava jornalismo na mesma classe em que Paulo
Ricardo – que tinha uma banda chamada Pif-Paf. Paulo Ricardo foi
trabalhar em Londres. Ao voltar, chamou o amigo para tocar no grupo.
Tognolli, que tinha perdido o pai e precisava sustentar a casa, disse
ter recusado o convite. Seis meses depois, em 1985, a banda mudou de
nome para RPM e estourou (seus dois primeiros discos venderam 2,5
milhões de cópias). Tognolli continuou no jornalismo e se tornou um
repórter investigativo de renome. Procurado pela SUPER, Paulo Ricardo
não quis comentar o assunto.
10. O criador do som portátil
Lançado
em 1979, o Walkman fez um sucesso inimaginável – a Sony vendeu 186
milhões de unidades do aparelho, que virou ícone cultural. Mas sua
verdadeira história começa antes. Em 1972, o teuto-brasileiro Andreas
Pavel criou o Stereobelt: um toca-fitas portátil com saída para fones de
ouvido. Ele diz ter apresentado o produto a empresas como Yamaha e
Philips, que recusaram. Pavel decidiu patentear sua invenção na Itália
em 1977 e nos EUA, na Alemanha, na Inglaterra e no Japão em 1978. “Eu
achava que em um ano já estaria produzindo o aparelho”, declarou ao
jornal The New York Times. Não deu tempo. Em 1979, a Sony
lançou o Walkman. Pavel processou a empresa, numa luta que se arrastou
até 1996 – quando a patente foi anulada e ele teve de pagar os custos do
processo, US$ 3 milhões. “Perdi muito tempo e dinheiro e no fim perdi o
processo também, de forma injusta”, diz. Ele não desistiu e afirmou à
Sony que iria entrar com novos processos em vários países. Em 2003, a
empresa acabou fazendo um acordo extrajudicial com Pavel, que ganhou uma
indenização. Ele não revela o valor, mas a quantia é estimada em alguns
milhões de dólares. Hoje, Pavel desenvolve alto-falantes e um novo tipo
de telefone.
Creditos: Carol D'Essen
fonte: editora abril
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